sábado, 31 de outubro de 2009

Morre Neguinho do Samba, inventor do samba-reggae

Carine Aprile, do A TARDE e A TARDE On Line

Morreu no início da tarde deste sábado, 31, por volta das 14 horas, o baiano criador do samba-reggae, Antonio Luís Alves de Souza, mais conhecido como Neguinho do Samba, 54 anos, em decorrência de uma parada cardíaca. O músico deixou sete filhos e uma legião de admiradores e alunos.

O corpo do artista, que foi um dos fundadores do Olodum e criador da Escola Didá, está sendo velado na Câmara dos Vereadores. O local e horário do enterro ainda não foram definidos, pois a família aguarda a chegada de um dos filhos, que mora na Itália.

Segundo informações da família, Neguinho já vinha reclamando da saúde nos últimos 15 dias. Nesta madrugada, por volta das 3 horas, o músico sentiu um mal estar e foi de táxi ao posto médico de Pernambués. No local, ele foi medicado e retornou à sua residência, no Pelourinho, voltando a se sentir mal no início desta tarde, quando veio a falecer.

Neguinho do Samba era fumante, diabético e cardiopata. Há três meses perdeu uma irmã. Pessoas próximas afirmaram que, em virtude disto, andava triste. Mas ele morreu onde queria: em sua residência, um casarão no Pelourinho, onde também funciona a Escola Didá.

"Ele deixou um legado, uma marca de como se faz samba na Bahia. Eu acompanhei o processo de desenvolvimento do Olodum e ele já experimentava as novas fusões do reggae com o samba. Depois, acompanhei o trabalho cultural que ele fez com a Banda Didá. E por ironia do destino faleceu dentro da própria escola", declarou Gerônimo.

Perda irreparável - A Secretaria da Cultura suspendeu toda a programação cultural do Pelourinho, nestes sábado e domingo. Uma faixa preta permanecerá hasteada no Largo do Terreiro de Jesus, durante três dias, simbolizando o luto.

"A dor é enorme. Foi uma perda irreparável. Não perdemos somente um músico excepcional, mas uma personalidade. Ele foi muito generoso com todos à sua volta. Não dá para acreditar. É um astro que vai continuar vivo aqui com a gente“, declarou, emocionado, João Jorge, presidente do Olodum.

Neguinho do Samba - Fundador da escola de percussão do Olodum e do bloco Didá, ele também foi o inventor do ritmo "samba-reggae", modificando tambores para conseguir afinações e sonoridades diferentes, criando um ritmo musical único, com a cara da Bahia.

Filho de um tocador de "bongô" e de uma lavadeira, Neguinho desde cedo treinava percussão tocando nas bacias de alumínio de sua mãe. Foi eletricista, ferreiro e camelô. Sua música chegou a ser internacionalmente reconhecida. Maestro do Olodum, tocou com David Byrne, Paul Simon e Michael Jackson. Com Simon, o Olodum gravou o CD The Rhythm of the Saints, em 1990. Feliz com o resultado do trabalho, Simon procurou o músico e lhe ofereceu um carro importado como forma de agradecimento. Neguinho agradeceu a oferta, mas preferiu mudar o presente, e, em vez de um carro, escolheu uma casa no Pelourinho, no mesmo valor, onde fundou sua escola.

Neguinho do Samba aparece no clipe de Michael Jackson They Don't Care About Us, vestido nas cores do pan-africanismo (verde, amarelo e vermelho) regendo os percussionistas do Olodum.

Didá - O projeto nasceu pelas mãos de Neguinho, que via a necessidade de oferecer para as mulheres, principalmente as negras, um espaço para expor suas idéias e desenvolver atividades. Didá é uma associação cultural e sem fins lucrativos fundada em 1993 e que atua promovendo gratuitamente atividades educativas com base na arte e nas manifestações populares criadas e mantidas pelos africanos e por seus descendentes.

Atualmente, a instituição oferece 11 cursos - percussão, dança afro, teatro, capoeira, artesanato, canto, bateria, violão, cavaquinho, teclado e sopro, e chega a atender entre 600 a 800 crianças e adolescentes por ano.

Além dos cursos, o projeto se estende ao bloco afro carnavalesco, loja de artigos Didá e o projeto Sòdomo, centro de aprimoramento feminino Didá Banda Feminina.


domingo, 25 de outubro de 2009

Forum Nacional da Religiosidade Afro-Brasileira é um marco na história político-religiosa do país

Criado em Brasília, durante a II Conapir, o Forum buscará agregar lideranças religiosas de todo o país e organizações nacionais que lidam com o tema para a discussão de grandes agendas.

A IV Caminhada do Povo-de-Santo, ocorrida em Salvador em novembro de 2008 e organizada pelo Coletivo de Entidades Negras – CEN, foi marcada por uma mudança de rumos quando, um conjunto de organizações nacionais que lidam com o tema da religiosidade de matriz africana decidiu, em conjunto com o CEN, lançar uma carta, a “Carta de Salvador”*, apontando a necessidade de atuarem juntas nas seguintes frentes: tornar a Caminhada do Povo-de-Santo em Caminhada Nacional pela Vida e Liberdade Religiosa e realizar em 2010 uma grande campanha de resgate da auto-estima do povo-de-santo chamada, “Quem é de Axé diz que É!”.

O passo seguinte foi a proposta da criação do Forum Nacional da Religiosidade Afro-Brasileira que surgiu durante a consulta religiosa promovida pela Seppir e só foi se constituir como algo real e concreto na histórica reunião conduzida por Mãe Beata de Yemonjá e Mãe Sylvia de Oxalá, com todas as lideranças religiosas presentes à II Conferência Nacional da Igualdade Racial, em Brasilia, no mês de junho de 2009.

O terceiro passo agora é consolidar este Forum como um espaço da religiosidade, liderado e controlado pelas pessoas que são referência na esfera religiosa. A idéia original é que este Forum se constitua por um Conselho Superior, responsável por discutir e definir posições sobre temas tais como o aborto, o casamento entre homossexuais, questões referentes à teologia, doutrina e normas. A segunda estrutura do Forum, seria um Comitê Executivo composto pelas entidades nacionais que lidam com a dimensão da religiosidade, sem disputas, sem vetos, fazendo com que todas atuem juntas, visando construir falas e olhares únicos sobre a política que envolve as casas de matrizes africanas em todo o Brasil.


Caminhada Nacional e Campanha sobre o Censo de 2010


A I Caminhada Nacional Pela Vida e Liberdade Religiosa ocorrerá em fins de novembro, em Salvador, BA. No entanto, a previsão é que a II Caminhada Nacional já ocorra em Brasilia, em 2010, provavelmente na mesma data, já visando constituir diálogos com o novo ou nova presidente eleito ou eleita.

A idéia é que este Forum já coordene esta II Caminhada e, concomitantemente, seja o grande impulsionador também da campanha “Quem é de Axé diz que É!”, que buscará incidir diretamente sobre o Censo de 2010, fazendo com que a auto-declaração em torno da religiosidade de matriz africana tenha um crescimento significativo.

Desde que Mãe Aninha conseguiu de Getúlio Vargas a assinatura do decreto que estabeleceu a liberdade de culto, muitas foram as vitórias conseguidas pelo povo-de-santo. O surgimento do Forum Nacional da Religiosidade de Matriz Africana, já chamado por muitos de a CNBB Afro, é antes de tudo um tributo às velhas e velhos que antecederam as gerações atuais e sempre lutaram em defesa da religião de matriz africana em nosso país.
Nos próximos meses haverá uma convocação ampla, feita pelas principais lideranças religiosas do país para a primeira reunião deste Forum e, com isso, efetivamente, veremos surgir um espaço de afirmação da fé daqueles que cultuam Voduns, Inquices, Caboclos, Orixás e Encantados e acreditam na convivência possível entre todas as manifestações de crenças.

* Assinaram a Carta de Salvador as seguintes instituições: Coletivo de Entidades Negras – CEN, Instituto de Tradições da Cultura Afro-Brasileira – INTECAB, Movimento Nação Bantu – MONABANTU, Federação Nacional de Culto Afro-brasileiro – FENACAB, Associação de Preservação da Cultura Afro e Ameríndia – AFA, Centro de Tradições Religiosas Afro- Brasileira – CETRAB, Centro de Desenvolvimento das Religiões Afro-Brasileira – CEDRAB, Rede Ecumênica do Nordeste, Conselho Nacional de Juventude/CONJUVE. Rede Religiões Afro–Brasileiras e Saúde, Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-brasileira – CENARAB, Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira - CIAFRO

Marcio Alexandre M. Gualberto
Jornalista, Coordenador Nacional de Política Institucional do CEN

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Seminário Internacional "Políticas de Acautelamento do IPHAN para Templos de Culto Afro-Brasileiros"

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, com o propósito de consolidar as ações voltadas para a salvaguarda do Patrimônio Cultural Brasileiro, promoverá o Seminário Internacional "Políticas de Acautelamento do IPHAN para Templos de Culto Afro-brasileiros", a se realizar nos dias 26, 27 e 28 de outubro de 2009, na sede do IPHAN, no Solar Berquó, em Salvador/BA, conforme programação (clique aqui para ver a programação).
A Superintendência do IPHAN na Bahia convida você para participar deste debate internacional.Certo de sua valiosa colaboração, solicitamos a gentileza de confirmar sua participação pelo e-mail: seminario.iphan.ba@gmail.com - com dados pessoais para cadastro no sistema (nome, endereço, telefone, profissão e Instituição).Coordenação do Núcleo de Patrimônio Imaterial do IPHAN - Bahia.

Orixás

From: Pai Toninho de Xangô

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ministro visita templos-afro brasileiros







O Babalorixá do Oxumaré, Silvanilton da Mata, disse que a visita do Ministro representa um marco histórico. " O governo está aqui para conhecer a nossa realidade, o que é muito positivo."

Jornal A Tarde

22/10/2009

Praça Castro Alves será o palco da celebração





















"As comemorações vão prosseguir até o dia 22 de novembro, quando acontece a 1ª Caminhada Nacional pela Vida e Liberdade Religiosa, que sai do Engenho Velho da Federação em direção ao Dique do Tororó. O show de encerramento será feito por Aloísio Menezes e Lazzo Matumbi."
Jornal A Tarde
20/10/2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lendas: Oyá

... ventos e eguns
Conta umas das lendas de Iansã, a primeira esposa de SÀNGÓ, teria ido, a seu mandato, a um reino vizinho buscar 3 cabaças que estava com Obalúayé. Foi dito a ela que não abrisse estas cabaças, as quais ela deveria trazer de volta a SÀNGÓ. Iansã foi e lá Obalúayè recomendou mais uma vez que não deixasse as cabaças caírem e quebrarem e, se isto acontecesse, que ela não olhasse e fosse embora. Iansã ia muito apressada e não aguentava mais segurar o segredo. Um pouco mais à frente quebrou a primeira cabaça, desrespeitando a vontade de Obalúayé. Saíram de dentro da cabaça os ventos que a levou para o céus. Quando terminaram os ventos, Iansã voltou e quebrou a segunda cabaça. Da segunda cabaça saíram os Eguns. Ela se assustou e gritou: Reiiii! Na vez da terceira cabaça SÀNGÓ chegou e pegou para si, que era a cabaça do fogo, dos raios.Ela tinha um temperamento ardente e impetuoso. Foi a única entre as mulheres de SÀNGÓ que , no fim do seu reinado, o seguiu em sua fuga para Tapá. Quando ele recolheu-se para baixo da terra em Cosso, ela fez o mesmo em Yiá.

... a ira da mulher búfalo
Ogum foi caçar na floresta, como fazia todos os dias. De repente, um búfalo veio em sua direção rápido como um relâmpago; notando algo de diferente no animal, ogum tratou de segui-lo. O búfalo parou em cima de um formigueiro, baixou a cabeça e despiu sua pele, transformando-se numa linda mulher. Era yansan, coberta por belos panos coloridos e braceletes de cobre. Yansan fez da pele uma trouxa, colocou os chifres dentro e escondeu-a no formigueiro, partindo em direção ao mercado, sem perceber que ogum tinha visto tudo. Assim que ela se foi, ogum se apoderou da trouxa, guardando-a em seu celeiro.Depois foi a cidade, e passou a seguir a mulher até que criou coragem e começou a cortejá-la. Mas como toda mulher bonita, ela recusou a corte. Quando anoiteceu ela voltou à floresta e, para sua surpresa, não encontrou a trouxa. Tornou à cidade e encontrou ogum, que lhe disse estar com ele o que procurava. Em troca de seu segredo ( pois ele sabia que ela não era uma mulher e sim animal ), yansan foi obrigada a se casar com ele; apesar disso, conseguiu estabelecer certas regras de conduta, dentre as quais proibi-lo de comentar o assunto com qualquer pessoa.Chegando em casa, ogum explicou suas outras esposas que yansan iria morar com ele e que em hipótese alguma deveriam insultá-la. Tudo corria bem; enquanto ogum saía para trabalhar, yansan passava o dia procurando sua trouxa.Desse casamento nasceram nove filhos, o que despertou ciúmes das outras esposas, que eram estéreis. Uma delas, para vingar-se, conseguiu embriagar ogum e ele acabou relatando o mistério que envolvia yansan. Logo que o marido se ausentou, elas começaram a cantar: "Você pode beber, comer e exibir sua beleza, mas a sua pele está no depósito, você é um animal." Iansã compreendeu a alusão. Depois que yansan encontrou então sua pele e seus chifres. Assumiu a forma de búfalo e partiu para cima de todos, poupando apenas seus filhos. Decidiu voltar para a floresta, mas não permitiu que os filhos a acompanhassem, porque era um lugar perigoso. Deixou com eles seus chifres e orientou-os para, em caso de perigo deveriam bater os chifres um contra o outros; com esse sinal ela iria socorrê-los imediatamente. E por esse motivo que os chifres estão presentes nos assentamentos de yansan/oya.

... orisá do fogo
Embora tenha sido esposa de Sangô, Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários Reis. Foi paixão de Ogum, Osogiyan e de Esú. Conviveu e seduziu Osossi, Logun-Edé e tentou em vão relacionar - se com Obaluaê. Sobre este assunto a história conta que Iansã percorreu vários Reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente tudo. Em Irê, terra de Ogum foi a grande paixão do Guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganhou deste o direito de usá-la. Depois partiu e foi para Oxogbo, terra de Osogiyan .Com ele aprendeu o uso do Escudo para se defender de ataques inimigos e recebeu o direito de usá-lo.Depois partiu e nas estradas deparou-se com Esú. Com ele aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Osossi, seduziu o Deus da Caça, e aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal com a ajuda da magia aprendida com Esú. Seduziu Logun-Odé e com ele aprendeu a pescar. Foi para o Reino de Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e conhecer seu rosto. Lá chegando, insinuou-se. Mas muito desconfiado, Obaluaê perguntou o que Oya queria e ela respondeu:
-"queria ser sua amiga".
Então, fez sua Dança dos Ventos, que já havia seduzido vários reis. Contudo, sem emocionar ou sequer atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzí-lo, Iansã procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim dirigiu-se ao homem da palha:
-"Aprendi muito com os outros Reis, mas só me falta aprender algo contigo."
- "Quer mesmo aprender, Oya? Vou te ensinar a tratar dos Mortos".
Venceu seu medo com sua ânsia de aprender e com ele descobriu como conviver com os Eguns e a controlá-los. Partiu então para o Reino de Sangô, pois lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas ao chegar ao reino do Rei do Trovão, Iansã aprendeu mais do que isso, aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois Sangô dividiu com ela os poderes do raio e deu à ela seu coração. O fogo das paixões, o fogo da alegria e o que queima. Ela é o Orisá do Fogo.

... o sopro
Osogyian estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas eram as armas para guerrear. Ògún fazia as armas, mas fazia lentamente. Osogyian pediu a seu amigo Ògún urgência, mas o ferreiro já fazia o possível. O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto reclamou Osaguiã que Oyá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ògún a apressar a fabricação.
Oyá se pôs a soprar o fogo da forja de Ògún e seu sopro avivava intensamente o fogo e o fogo aumentado de calor derretia o ferro mais rapidamente. Logo Ògún pode fazer muitas armas e com as armas Osogyian venceu a guerra. Osogyian veio então agradecer Ògún. E na casa de Ògún enamorou-se de Oyá. Um dia fugiram Osogyian e Oyá, deixando Ògún enfurecido e sua forja fria. Quando mais tarde Osogyian voltou à guerra e quando precisou de armas muito urgentemente, Oyá teve que voltar a avivar a forja. E lá da casa de Osogyian, onde vivia, Oyá soprava em direção à forja de Ògún. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Osogyian da de Ògún. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas com furor atiçava. E o povo se acostumou com o sopro de Oyá cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oyá a forja de Ògún. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias.
O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e o povo chamava a isso tempestade.

... respeito
Oiá desejava ter filhos, mas não podia conceber Oiá foi consultar um babalaô e ele mandou que ela fizesse um ebó. Ela deveria oferecer um carneiro, um agutã, muitos búzios e muitas roupas coloridas. Oiá fez o sacrifício e teve nove filhos. Quando ela passava, indo em direção ao mercado, o povo dizia:
"Lá vai Iansã".
Lá ia Iansã, que quer dizer mãe nove vezes.E lá ia ela toda orgulhosa ao mercado vender azeite-de-dendê. Oiá não podia ter filhos, mas teve nove, depois de sacrificar um carneiro, e em sinal de respeito por seu pedido atendido Iansã, a mãe de nove filhos, nunca mais comeu carneiro.

... corajosa e atrevida
Certa vez houve uma festa com todas as divindades presentes. Omulu-Obaluaê chegou vestindo seu capucho de palha. Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce e nenhuma mulher quis dançar com ele. Só Oiá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da Terra. Tanto girava Oiá na sua dança que provocava vento.E o vento de Oiá levantou as palhas e descobriu o corpo de Obaluaê. Para surpresa geral, era um belo homem. O povo o aclamou por sua beleza.
Obaluaê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato e em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos. Rainha que é Oiá Igbalé, a condutora dos eguns.
Oiá então dançou e dançou de alegria para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava , agitava no ar o iruquerê, o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo.
Rainha Oiá Igbalé, a condutora dos espíritos.
Rainha que foi sempre a grande paixão de Omulu.

domingo, 18 de outubro de 2009

Brasil e EUA discutem combate à discriminação


Nos próximos dias 22 e 23 vai acontecer em Salvador a III Reunião para Implementação do Plano de Ação Conjunta Brasil-Estados Unidos para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial e Promoção da Igualdade.
Este evento de nome extenso marca mais uma etapa da cooperação entre os dois países para combater a discriminação. A parceria foi assinada no ano passado.
O encontro vai contar com a participação do ministro Edson Santos, titular da Seppir; da subsecretária geral de Política do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Vera Lúcia Barrouin Machado; e do subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Thomas Shannon. O evento será no Othon Palace.
O encontro vai contar com a participação de lideranças dos movimentos sociais. Durante o evento serão apresentadas as metas da ação conjunta e os seus eixos temáticos.

Fonte: http://mundoafro.atarde.com.br/

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Registro Audiovisual: I Caminhada das Comunidades de Terreiro do DF e Entorno

Experiência audiovisual sem texto realizada para a disciplina Telejornalismo sob orientação da profª. Drª Célia Ladeira Mota, na UnB.

O vídeo foi feito durante a I Caminhada das Comunidade de Terreiro do DF.

Equipe: Clara Araújo, Gustavo Aguiar, Marcela Mattos, Mateus Rodigues, Naiara Lemos e Raíssa Gomes.

Fonte: You Tube

Religiosos discutem a criação do Fórum de Religiões de Matriz Africana

clique na imagem para ampliar

publicado no Jornal A Tarde 13/10.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Faixas brancas divulgam ação contra intolerância religiosa


Diversas faixas brancas foram espalhadas nesta sexta-feira (9) em vários pontos de Salvador, como na Avenida Paralela, orla, Lagoa do Abaeté e Dique do Tororó. A ação contra a intolerância religiosa foi chamada de Alvorada dos Ojas.


Ato marca atividades contra a intolerância religiosa


A ação faz parte das atividades da 5ª Caminhada Pela Vida e Liberdade Religiosa, que vai ser realizada neste fim de semana na capital. A Alvorada foi lançada oficialmente na sede da Associação das Baianas de Mingau e Acarajé (Abam), que fica na Praça da Cruz Caída, no Centro Histórico de Salvador.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Salvador prepara-se para o lançamento da I Caminhada Nacional Pela Vida e Liberdade Religiosa

Lideranças do país inteiro chegam a Salvador nesse fim de semana para as atividades de lançamento.

Salvador será nesse fim de semana, 8, 9 e 10 outubro a capital brasileira da religiosidade de matriz africana. De Norte a Sul do país, lideranças das mais distintas tradições religiosas que conformam o universo religioso de matriz africana em nosso país, se encontrarão em Salvador para definir os detalhes finais da I Caminhada Nacional Pela Vida e Liberdade Religiosa que ocorrerá em nos dias 21 e 22 de novembro deste ano, também em Salvador.

Durante o seminário de lançamento da I Caminhada Nacional muitos serão os temas debatidos e as lideranças religiosas também conhecerão a campanha "Quem é de Axé diz que é!', voltada para o Censo de 2010.

Além de lideranças religiosas, estarão presentes lideranças políticas seculares, acadêmicos, personalidades entre outros representantes de segmentos significativos.

Atenção: No dia 9 serão distribuidos os kit de mobilização, bem como 250 cópias (nesse primeiro momento) do DVD Até Oxalá vai a guerra (Apoio CESE) para os representantes de Terreiros diversos.

Maiores informações: Marcos Rezende 71 8868 4598 / Lindinalva 7199334033.

domingo, 4 de outubro de 2009

Você pode participar de várias maneiras. Junte-se a nós e faça a diferença!

clique na imagem para ampliar

Participe!

Maiores informações: 71 88684598 / 71 993340433