sexta-feira, 4 de junho de 2010

Museu Afro apresenta exposições sobre religião, costumes e tradições africanas

Destaque para a mostra “Zeladores de Voduns e outras Entidades do Benin ao Maranhão” de Márcio Vasconcelos

Com curadoria do artista plástico e Diretor-Curador, Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil apresenta até 11 de julho uma série de exposições em homenagem ao Continente Africano: “Isto foi o Ngola: Isto é a África”, de José Redinha”, “Zeladores de Voduns e outras Entidades do Benin ao Maranhão”, de Márcio Vasconcelos e “A África em Cartões Postais”, da coleção particular do Curador. Confira a programação:

Exposição “Isto foi o Ngola: Isto é a África”

O antropólogo e fotógrafo português, José Redinha (1926-1983) passou quase 50 anos de sua vida registrando o cotidiano, as paisagens e os rituais religiosos de Angola, país da Costa Ocidental da África. Na exposição “Isto foi Ngola: Isto é África”, 35 fotos mostram vários grupos étnicos em ambiente tradicionais. As imagens da época apresentam valiosas referências sobre símbolos, costumes e um modo de viver peculiar, em lugares onde a interferência européia teve pouco acesso. As fotos também detalham o registro de esculturas colecionadas no Sul do Zaire, nordeste de Zâmbia e Angola revelando penteados, ornamentos e vestimentas, com grande valor étnico, social e histórico. Ngola é um nome, foi título de grandes chefes (Cuanza) e transformou-se em nome de etnia: os Ngolas ou Angolas. A partir daí historiadores acreditam que tenha expandido às dimensões de província, derivando o nome do país Angola. Até 11 de julho.

Exposição “Zeladores de Voduns e outras Entidades do Benin ao Maranhão”

A exposição é resultado de uma pesquisa realizada pelo fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos, que em companhia do antropólogo africano Hippolyte Brice Sogbossi, viajou ao Benin para uma documentação fotográfica sobre o cenário do culto aos voduns, conhecido como culto aos ancestrais mortos. O resultado foi um trabalho que traça um paralelo entre os sacerdotes africanos e os chefes de terreiros do Tambor de Mina do Maranhão. As imagens apresentam uma viagem pelas cidades de Cotonou, Abomey, Allada, Ouidah, Cavali e Porto Novo, do antigo Daomé, hoje Benin e das Casas das Minas, terreiro vodum, fundado em São Luís do Maranhão, em meados do século XIX.

A região da Costa da África Ocidental onde se localiza o antigo Reino do Daomé era chamada de Costa dos Escravos e também de Costa da Mina. Nesta região foi estabelecido pelos portugueses do século XVII o Forte de São Jorge Da Mina, localizado na atual República do Gana. Existe também na região uma etnia denominada Mina. Os negros precedentes desta região foram conhecidos no Brasil como negros mina ou jejes e a religião dos voduns por eles praticada, é conhecida até hoje, sobretudo no Maranhão e na Amazônia, como Tambor de Mina. Até 13 de junho.

Exposição “A África em Cartões Postais”

Cerca de 300 cartões postais apresentam aspectos cotidianos de diferentes povos africanos do século XIX. Os retratos, em preto e branco, da coleção particular do artista plástico e Diretor-Curador do Museu Afro Brasil,Emanoel Araújo, revelam paisagens e aspectos importantes do dia a dia de homens, mulheres e crianças do Congo, Senegal, Angola, Guiné e outros países, destacando os tipos físicos, vestimentas, penteados, festas populares e manifestações religiosas. Até 13 de junho.

Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 10 – Parque Ibirapuera
Funcionamento: terça a domingo, das 10 às 17 horas
Entrada: grátis
Estacionamento: Portão 3 (Zona Azul)
Informações: (11) 5579-0593

Claudia Alexandre
Assessoria de Imprensa
comunicacao@museuafrobrasil.com.br

Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura
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