segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Omolu dança só!



África
Omolu na África, é considerado o Deus da morte, se não é aquele que faz a transição do espírito que desencarnou é o responsável pela morte dos enfermos. Em época de varias mortes com a varíola, foi responsabilizado pela morte de milhões de pessoas, sendo conhecido como o Deus da Varíola.

Brasil
Omolu é um orixá africano cultuado nas religiões afro-brasileiras que o tem como o Senhor da Morte, uma vez que é o responsável pela passagem dos espíritos do plano material para o espiritual. Seus filhos são sérios, quietos, calados, alegres de vez em quando, ingênuos demais , porém espertos e observadores e um tanto teimoso. Seus filhos agem como pessoas muito idosas, são lentos e tem hábitos de pessoas muito velhas. Seus filhos também tem muitos problemas de saúde.

Candomblé
Muitas vezes confundido com o Orixá Obaluayê, tanto que, no Brasil, muitas casas de santo cultuam Obaluayê e Omolu como um só orixá, Omolu é, no entanto, um orixá que se aproxima de Obaluayê, mas possui uma identidade própria.


Omolu - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, BrasilMas assim como Omolu pode trazer a doença, ele também a leva. Os devotos lhe atribuem curas milagrosas, realizando oferendas de pipocas, o deburu ou doburu, em sua homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego.

Em algumas casas de santo, as pipocas são estouradas em panelas com areia da praia aquecida, lembrando a relação desse orixá, chamado respeitosamente de Tatá Omolu, com Iemanjá. Afinal, conta a história que Omolu, muito doente, foi abandonado na praia por sua mãe Nanã, por ele ter nascido doente e todo deformado na pele. Largado na areia da praia, foi curado à beira-mar pela água salina, tendo Iemanjá o tomado como filho adotivo e o curado de vez das doenças, mas as cicatrizes das doenças ficaram. Seu amor materno por ele foi tão grande, que ela o criou como seu próprio filho. Por isso, também são realizadas oferendas a Omolu nas areias das praias do litoral brasileiro. Vestido com palha-da-costa e com contas nas cores vermelha, preta e branca, Omolu dança o opanijé, dança ritual marcada pelo ritmo lento com pausas, enquanto segura em suas mãos o xaxará, instrumento ritual também feito de palha-da-costa e recoberto de búzios. Em alguns momentos da dança, Omolu espanta os eguns, os espíritos dos mortos, com movimentos rituais.

Omolu também possui relação com Iansã, em especial Oyá Igbalé, qualidade de Iansã que costuma dançar na ponta dos pés e direciona os eguns para o reino de Omolu.

Junto a Nanã Buruku e Oxumaré, forma a família de orixás dahomeana, costuma ser reverenciado às segundas-feiras e sincretizado com os santos católicos São Lázaro e São Bento de Núrsia, patrono da boa morte.
No sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, em especial na Umbanda é sincretizado com São Roque.

No município de Cachoeira (Bahia), Omolu é cultuado pela Irmandade da Boa Morte que faz a lavagem da Igreja de São Lázaro.