sábado, 31 de julho de 2010

Calendário de Festas de Agosto

O Ilê Axé Oxumarê tem a honra de te convidar para as cerimônias religiosas em revêrencia ao Orixá Oxumarê.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Centenário da Casa de Xangô

Essa semana, o Ilê Axé Opô Afonjá realiza uma série de atividades para comemorar o seu centenário. A programação começa na sexta-feira, a partir das 19 horas, é aberta, mas pede-se traje branco. Os eventos acontecerão no barracão de festas do terreiro.

Confiram abaixo as atividaes programadas:

Sexta-Feira, dia 30:

19h- Saudação à Casa: Alabês do Terreiro
19h20- Composição da Mesa de Abertura do Evento: Mãe Stella de Oxóssi e ogã José de Ribamar Feitosa Daniel, presidente da Sociedade Cruz Santo do Axé Opô Afonjá.
20h-Performance do dançarino e coreógrafo norte-americano Clyde Morgan.
20h30- Lançamento de selo personalizado e carimbo pelos Correios.
21h- Apresentação do afoxé Filhos de Gandhy e convidados.

Sábado, dia 31
8h- Inscrição e entrega de material aos participantes
9h- Saudação ritual aos ancestrais e inauguração do busto de Mãe Aninha
9h30-Saudação à Casa e boas vindas
9h40- Mesa Redonda: As Ialorixás do Ilê Axe Opô Afonjá
Mediadora: Professora Yeda Pessoa de Castro
Palestra: Mãe Aninha
Palestrante: Obá Muniz Sodré
Palestra: Tia Cantu- Iyá Egbe do Ase
Palestrante: Babalorixá Bira de Xangô (RJ)
Palestra: No Tempo de Mãe Bada
Palestrante: Ubiratan Castro

11h- Intervalo
11h20-Palestra: No Tempo de Mãe Senhora
Palestrante: Obá Luis Domingos
Palestra: No Tempo de Mãe Ondina
Palestrante: Egbón Adilson Almeida
Palestra: Mãe Stella, a Ialorixá dos 100 anos do Candomblé de São Gonçalo
Palestrante: Jaime Sodré
13h- Engerramento do dia- Tarde Livre
17h- Lançamento de publicações- Livro de Contos, de Tia Detinha e Xangô, de Raul Lody
18h- Exibição do vídeo-memória E Daí Nasceu o Encanto: 100 anos do Candomblé de São Gonçalo
20h- Apresentação do bloco Cortejo Afro e convidados

Domingo- 1º de agosto de 2010
9h- Abertura do Dia- Saudações/atabaques
9h30-Palestra: Em busca das raízes gurunsi do Ilê Axé Opô Afonjá: Uma jornada ao norte de Gana
Palestrante: Maria Paula Adinolfi
10h20- Apresentação dos alunos do grupo de Capoeira do Terreiro
11h- Apresentação dos alunos da oficina de dança do Ilê Axé Opô Afonjá
11h30- Apresentação da Banda Aiyê (Ilê Aiyê e convidados)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Na viodeoteca Azoany: Registro da I Caminhada pela...

Na viodeoteca Azoany: Registro da I Caminhada pela...: "- Alvorada dos Ojás organizada pelo CEN/MA. - Caminhada - Fala do Ministério Público Fonte: http://www.cenbrasil.org.br/"

Caminhada Azoany: Pelo décimo segundo ano consecutivo a Associação C...

Caminhada Azoany: Pelo décimo segundo ano consecutivo a Associação C...: "... estará realizando no mês de agosto a Caminhada Azoany, evento realizado no dia de comemoração a São Lázaro, que consiste em um cortejo c..."

terça-feira, 27 de julho de 2010

I Seminário Estadual da Rede Nacional de Religiões...

I Seminário Estadual da Rede Nacional de Religiões...: "A Escola de Saúde Pública, com a Seção de Saúde da População Negra e a Política de DST/AIDS, do Departamento de Ações em Saúde, da SES, prom..."

domingo, 25 de julho de 2010

De onde vem o açúcar?!

sábado, 24 de julho de 2010

Quem é de Axé diz que é movimenta a Praça Deodoro


O ritual Alvorada dos Ojás marcou o início da programação, nesta sexta-feira (23), na Praça Deodoro, da campanha “Quem é de axé diz que é: sou da Mina com orgulho”. O evento, organizado por um comitê que inclui a Secretaria de Igualdade Racial (Seir), chamou a atenção de quem passava. Durante toda a manhã, mães e pais de santo cantaram e dançaram no local. O roteiro também foi movimentado pela 1ª Caminhada pela Vida e pela Liberdade Religiosa, culminando com o Ato Público “Fala Vodunsi”, na Praça Nauro Machado.

“É satisfatório, nem todo dia a gente vê isso”, declarou o segurança Paulo Coelho que parou para assistir as apresentações dos terreiros na Praça Deodoro. “Há muito preconceito, mas isso não deve existir, pois é religião e todos estão unidos”.

A campanha foi organizada por um comitê formado pela Seir, Coletivo de Entidades Negras (CEN), Conselho Estadual da Igualdade Étnico Racial (CEIR), Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma) e Conselho Municipal Afrodescendente São Luís (Comafro).

“Esse é um passo muito importante pela cidadania”, considera a secretária de Estado de Igualdade Racial, Claudett Ribeiro. O objetivo da iniciativa é sensibilizar os praticantes das religiões de matriz africana do Maranhão a declararem sua religiosidade quando da pesquisa do Censo 2010, visando corrigir imprecisões de números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

‘Temos que tirar esse segmento da sociedade da invisibilidade, não apenas no Maranhão, mas em todo o Brasil”, disse a secretária. A ação tem por base o Censo 2000, no qual apenas 0,3% da população brasileira declarou ser adepto da religião afro-brasileira.

Mudança

Para a coordenadora de Divulgação do Censo 2010 do IBGE, Raquel Elisa de Araújo Marrocos, a campanha deve mudar o resultado da última pesquisa. “Esperamos ter um resultado mais próximo do real e a prática religiosa é um dos itens analisados. Aqui, aproveitamos para divulgar o nosso trabalho, pois o censo começa em agosto, a população precisa colaborar”, ressaltou.

O coordenador do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão e do Coletivo de Entidades Negras, Neto de Azile, contesta o resultado do último censo do IBGE. “Observamos que os números não são verdadeiros, mas a herança colonial, a discriminação, o preconceito, tudo isso faz com que as pessoas não se identifiquem. A idéia é sensibilizar os religiosos de matriz africana para que digam que são de terreiro, que são de axé”, destacou.

Neto de Azile disse que o Censo é um instrumento que o governo usa para definir as suas políticas públicas e ações afirmativas. “Então, temos que ter um número maior, um número mais verdadeiro, para que possamos exigir esse serviço do estado”, completa.


Fonte: http://www.ma.gov.br/agencia/noticia.php?Id=10814

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lula critica oposição em cerimônia de sanção do Estatuto da Igualdade Racial


BRASÍLIA - Durante a cerimônia de sanção do Estatuto da Igualdade Racial nesta terça-feira, o presidente Lula aproveitou para criticar, sem citar nomes, a oposição por ter entrado no Supremo Tribunal Federal (STF) contra as cotas para estudantes negros. Aprovado pelo Congresso no mês passado, após sete anos de tramitação, o estatuto prevê garantias e o estabelecimento de políticas públicas de valorização dos negros. No mesmo evento, o presidente também sancionou a lei que cria a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab).


- Agora, às vésperas das eleições, ninguém mais contesta as prioridades antes criticadas. Nem sempre foi assim. E a sociedade enxerga a distância entre o que se dizia antes e o que se declara agora - afirmou.

Lula disse que as políticas sociais não teriam acontecido se dependesse do governo da oposição.

- Nada disso teria acontecido se o Brasil dependesse daqueles que entraram até com recurso no STF contra as cotas afirmativas que criamos para a juventude pobre e negra desta terra - declarou, numa referência ao DEM, que contestou, na Justiça, as cotas - que acabaram eliminadas do estatuto sancionado pelo presidente.

O Estatuto da Igualdade Racial define uma nova ordem de direitos para os brasileiros negros, que são hoje cerca de 90 milhões de pessoas. O documento possui 65 artigos e objetiva, segundo a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a correção de desigualdades históricas no que se refere às oportunidades e aos direitos dos descendentes de escravos do país.

Lula voltou a defender políticas do seu governo que geraram aumento de gastos, mas atenderam as agendas dos pobres e minorias. E disse que os críticos do aumento dos gastos públicos manifestavam, na verdade, preconceito e elitismo.

- Quantas vezes não fomos criticados por trazer a agenda dos pobres, dos negros, das mulheres e dos indígenas para dentro do Estado brasileiro. Em nome da economia de gastos públicos o que se manifestava era o germe do preconceito, do elitismo e da intolerância que ainda existia no nosso querido país.
Nova universidade fará parcerias com países africanos

A Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) tem o objetivo de promover atividades de cooperação internacional com os países da África por meio de acordos, convênios e programas de cooperação internacional, além de contribuir para a formação acadêmica de estudantes dos países parceiros.

A nova universidade será localizada no município de Redenção, no maciço de Baturité, a 66 quilômetros de Fortaleza. De acordo com a secretaria, a previsão é de que as obras do campus comecem em meados de 2011. As atividades acadêmicas terão início este ano em instalações provisórias em prédios cedidos pela prefeitura de Redenção.

A previsão é de que a Unilab atenda a 5 mil estudantes presenciais de graduação, dos quais 50% serão brasileiros e 50% originários de países parceiros.
Fonte: Globo

De onde vem o arco íris?!

Uma ialorixá vai coordenar o projeto Mulheres da Paz


Jaciara Ribeiro dos Santos, mais conhecida como Mãe Jaciara, sucessora de Mãe Gilda no Terreiro Axé Abassá de Ogum, será a primeira ialorixá baiana a coordenar um projeto federal. Amanhã (20),ela será empossada no cargo de coordenadora do Projeto Mulheres da Paz, que faz parte das ações do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e é realizado em parceria com o Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes). A cerimônia acontecerá às 9h, no auditório da SUCAB, no Centro Administrativo.

Iniciada no Candomblé há 23 anos Jaciara Ribeiro dos Santos é filha de oxum. Dez anos depois do falecimento de sua mãe biológica Gildásia dos Santos, começou uma caminhada longa na luta contra a intolerância religiosa, participando de seminários, realizando palestras e viagens por diversos estados brasileiros, defendo a causa da comunidade de candomblé e a causa do povo negro. Atualmente, ocupa o cargo de coordenadora de religiosidade de matriz africana, na organização Coletivo de Entidades Negras (Cen).

Mulheres da Paz

O objetivo do Pronasci é prevenir e enfrentar a violência, com atuação por meio de ações sociais junto a jovens de 15 a 24 anos, em situação de vulnerabilidade social, das áreas metropolitanas do país.Para tanto, o Mulheres da Paz vem capacitando 700 mulheres, distribuídas nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari e Simões Filho. A função dessas mulheres é mediar conflitos das famílias que possuem jovens que vivem à beira da criminalidade ou que tiveram problemas com a lei.

Afirmando sentir-se privilegiada por ser a primeira mulher negra e religiosa de matriz africana a assumir a direção do projeto, Mãe Jaciara diz que não será somente uma coordenadora “e sim mais uma multiplicadora da PAZ”, prometeu.
Fonte: SEDES

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Milton Santos

Lideranças do Movimento Negro estão convidadas para no dia 31 de julho, participar do lançamento do marco luminoso na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Data que o reitor Naomar Almeida dará início à construção do Instituto Milton Santos, no Campus de Ondina. Neste mesmo local terá uma praça onde abrigará o busto do professor Milton Santos, homenagem da Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal da Reparação (Semur) ao ilustre baiano, por sugestão do também professor Jaime Sodré.

Milton Almeida dos Santos nasceu em Brotas de Macaúbas (interior da Bahia), formou-se em Direito em 1948 pela UFBA e ganhou destaque em diversas áreas da geografia. Foi professor em Ilhéus e Salvador, mas também lecionou em diversos países por conta do exílio político durante a ditadura de 64. De 1964 a 1977 ensinou na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela e Tanzânia. Autor de aproximadamente 40 livros dentre eles: “O Povoamento da Bahia”, “O Futuro da Geografia”, “Zona do Cacau”, dentre outros.

Doutor honoris causa em vários países, ganhador do prêmio Vautrin Lud em 1994 (prêmio Nobel de geografia), Milton Santos um dos grandes nomes da geografia brasileira e considerado um dos mais populares, morreu em São Paulo, dia 24 de junho de 2001, vítima de câncer.

Fonte: SEMUR

Mulheres Negras

No dia 30 de julho acontece a cerimônia de entrega do Troféu Dra. Edialeda Salgado, o evento será realizado às 8 horas, no Auditório do Conselho Estadual de Cultura, ao lado do Palácio da Aclamação no Campo Grande. Até a próxima semana os soteropolitanos poderão indicar a mulher negra que merece ser homenageada. Basta acessar www.mulhernegra.salvador.ba.gov.br e votar.

Com base na Lei 7.440/2008 o prefeito João Henrique instituiu o 25 de julho como o Dia Municipal da Mulher Negra. Este ano, o prêmio é também uma homenagem que a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal da Reparação (Semur) faz a Edialeda Salgado, primeira mulher negra a ocupar uma Secretaria de Estado no Brasil e que sempre lutou em prol dos direitos das mulheres negras. Médica nascida no Rio de Janeiro, a ativista foi figura determinante no movimento de conquistas das mulheres.
Fonte: SEMUR

domingo, 18 de julho de 2010

Momento Brasil: Lençóis

sábado, 17 de julho de 2010

Censo 2010: Sou negro e sou de Axé!



No próximo mês de agosto, a população brasileira dos 5.565 municípios estará recebendo recenseadores e recenseadoras para o levantamento demográfico que desde o primeiro censo, em 1872, com 643 municípios, se mostrou como importante fonte de dados.

Sabemos do valor das informações coletadas para acompanhar o crescimento, a distribuição geográfica e a evolução das características da população e como elementos importantes para definição de políticas públicas em nível nacional, estadual e municipal, bem como para a tomada de decisões na iniciativa privada, incluindo, atualmente (para algumas), as ações de responsabilidade social.

Foi no censo de 1872 que, pela primeira vez, o conjunto da população era compreendido oficialmente em termos raciais, base para o estabelecimento de novas diferenças entre os grupos sociais. Diferenças ainda longe das concepções hierarquizantes e poligenistas que se acercariam da noção de raça, anos mais tarde.

Naquele momento, tratava-se de conhecer uma população de ex-escravizados que começava a exceder cada vez mais o número dos ainda escravizados. E esta diferença era possível na medida em que a instituição escravista tinha perdido a legitimidade devido à ação de grupos abolicionistas ou mesmo por meio das consequências da abolição do tráfico (1850) ou das leis posteriores que prometiam, apesar de gradual, a abolição da escravidão: a lei do ventre livre (1871), depois a lei dos sexagenários (1885), seguida da proibição dos açoites (1886) .

É muito importante anotar que a noção de “cor”, herdada do período colonial, não designava, preferencialmente, matrizes de pigmentação ou níveis diferentes de mestiçagem, mas buscava definir lugares sociais, nos quais etnia e condição social estavam indissociavelmente ligadas.

O novo Movimento Negro, surgido nos anos 1970, enfrentou a falácia da “democracia racial” entendendo que a o quesito “cor” era determinante do lugar social da população negra. Esse conhecimento, sustentado por militantes e pensadores na área das ciências humanas e sociais (incluindo a economia e a estatística), levou a uma campanha, em nível nacional, para o censo de 1991: “Não deixe sua cor passar em branco”.

Se fizermos uma breve retrospectiva do quesito “raça” / “cor” nos censos do País, não é difícil compreender a necessidade dessa campanha por parte do Movimento Negro:

1 - o quesito “raça” foi pesquisado nos censos de 1872 e de 1890;
2 - foi suprimido em 1900 e 1920;
3 - o quesito retorna em 1940, sob o rótulo de “cor”;
4 - em 1970, o questionário não contemplou o quesito “cor”;
5 - em 1980, o quesito volta a aparecer;
6 - em 1991 o quesito “cor” está presente, incorporando a (nova) categoria “indígenas e amarelos”;
7 - o censo de 2000 admitiu “raça e cor” como sinônimos, compondo uma única categoria (“cor ou raça”).

A força da campanha do Movimento Negro tinha ainda maior razão! Além da invisibilidade da população negra, pela falácia da “democracia racial”, o quesito “cor”, respondido apenas no Questionário Amostra, tangenciava uma população já impregnada pelo não lugar do ser negro, colocado sempre no lugar de 2ª classe!

“Não deixe sua cor passar em branco!” cobriu o censo de 1991 e foi reprisada no censo de 2000, com o objetivo de sensibilizar os negros e seus descendentes para assumirem sua identidade histórica insistentemente negada; ao mesmo tempo em que era um alerta para a manipulação da identidade étnico-racial dos negros brasileiros em virtude de uma miscigenação que se constitui num instrumento eficaz de embranquecimento do país por meio da instituição de uma hierarquia cromática e de fenótipos que têm na base o negro retinto e no topo o ‘‘branco da terra'', oferecendo aos intermediários o benefício simbólico de estarem mais próximos do ideal humano, o branco.

Apesar de, neste novo censo de 2010, o quesito “cor ou raça” sair do Questionário da Amostra e passar a ser investigado também no Questionário Básico, cobrindo toda a população recenseada , ainda há um longo caminho da superação do racismo para que todos e todas respondam pela dignidade e pelo reforço da auto-estima de pertencerem a um grupo étnico que só tem feito contribuir eficiente e eficazmente para o desenvolvimento do País.

Ao contrário do que propõe as “assertivas” de exclusão, a identificação da população negra se faz necessária sempre e a cada vez para que se constate em números (como gosta o parâmetro científico) o racismo histórico que ainda está perpetrado sobre a população negra. Só depois que alcançarmos a liberdade de fato é que as anotações étnicas passarão a ser fatores que dizem respeito exclusivamente à cultura. Enquanto estivermos, como estamos hoje – após 122 anos da abolição da escravatura – vivendo uma abolição não conclusa, precisaremos reafirmar nossa etnia do ponto de vista político; econômico; habitacional; na área da saúde; na área da educação; nas condições de supressão da liberdade que não se dá apenas aos presidiários, mas a pais e mães que clamam por políticas para garantir que seus filhos e filhas possam crescer com dignidade e sem ameaças.

A proposta do IBGE de tirar a “fotografia” mais nítida o possível do Brasil, ainda está longe de ser alcançada!

E a luta do povo negro não termina! O racismo é tão implacável que, a cada etapa alcançada, um novo desafio se apresenta!

Para este ano, novamente o Movimento Negro está em campanha, em nível nacional! E, agora, é para que todos aqueles que são adeptos das Religiões de Matrizes Africanas respondam sem qualquer dissimulação: “Quem é de Axé diz que é!”

O quesito “religião ou culto” continua no Questionário de Amostra e tem campo aberto para que o recenseador ou a recenseadora anote a “religião ou culto” declarado pelo cidadão, pela cidadã.

Tanto no quesito “cor ou raça” para todos (no Questionário Básico); quanto no quesito “religião ou culto” para alguns que responderão o Questionário Amostra, a população negra e seus descendentes estão conscientes de que suas palavras precisam ser firmes e que devem estar atentos para que a anotação seja feita sem qualquer margem de erro em relação ao que declarou.

Já se justificou essa omissão do quesito “cor” por um possível empenho do regime republicano brasileiro em apagar a memória da escravidão. Entretanto, parte da explicação pode vir do incômodo causado pela constatação de que nossa população era marcada e crescentemente mestiça, enquanto as teses explicativas do Brasil apontavam para os limites que essa realidade colocava à realização de um ideal de civilização e progresso.

Não temos qualquer dúvida de que a resistência em tratar de raça-cor e em tudo o que a discussão implica – como políticas de reparações, com fundo para superação do racismo histórico – é a mesma que teremos de enfrentar no tratamento das Religiões de Matrizes Africanas. Não dissimular a declaração de adepto ou adepta das religiões de Axé, trazidas e preservadas como memória ancestral por aqueles e aquelas que resistiram à travessia e morte nos porões dos navios tumbeiros é dignificar a humanidade que por princípio e necessidade é diversa e assim deve permanecer.

A poligenia está superada! As evidências de que a humanidade surgiu no continente africano são cada vez em maior número e com rigor científico sempre mais acurado. O conceito de raça não tem o menor sentido, dizem nossos opositores, no afã de jamais ceder o lugar histórico de conforto a que estão acostumados! Enquanto não repararmos o estrago que o uso histórico do conceito fez a cidadãos e cidadãs que hoje são em mais de 50% da população, qualquer discussão conceitual será apenas a má retórica que tenta persuadir para continuar reinando.

Por isso,
Não vamos deixar nossa cor passar em branco!
E vamos dizer que somos de Axé!
“Quem é de Axé diz que é!”

_____
* Carlos Santana - Deputado Federal – PT-RJ; Presidente da Frente Parlamentar da Igualdade Racial

REIS, Eustáquio; PIMENTEL, Márcia; ALVARENGA, Ana Isabel, Áreas mínimas comparáveis para os períodos intercensitários de 1872 a 2000. 2007. Disponível em . Acesso em: 07 jul. 2010
CAMARGO, Alexandre de Paiva Rio. Mensuração racial e campo estatístico nos censos brasileiros (1872-1940): uma abordagem convergente. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Série Ciências Humanas. Belém, v. 4, n. 3, p. 361-385, set.- dez. 2009. Disponível em: . Acesso em: 07 jul 2010.
MATTOS, Hebe Maria. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista, Brasil século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. P. 98-99, apud CAMARGO, 2009, p. 7.
IBGE. Anais do II Encontro Nacional de Produtores e Usuários de Informações Sociais, Econômicas e Territoriais. Pesquisas Históricas nas Instituições Estatísticas. CDDI/IBGE. 2006, p. 10
CARNEIRO, Sueli. A miscigenação racial no Brasil. Correio Braziliense. Opinião. 2000. Disponível em: . Acesso em: 07 jul 2010
IBGE. Síntese das Etapas da Pesquisa. 2010. Disponível em: . Acesso em: 07 jul 2010, p. 24.
BOTELHO, Tarcisio R.. Censos e construção nacional no Brasil Imperial. Tempo Soc., São Paulo, v. 17, n. 1, June 2005 . Disponível em . Acesso em: 07 Jul. 2010. doi: 10.1590/S0103-20702005000100014. O artigo é uma versão revisada da Parte III da tese de doutorado em História Social pela USP.
(**) Iniciativa do Coletivo de Entidades Negras (CEN), com apoio irrestrito de Instituições de Religiões de Matrizes Africanas e do MN.

Carlos Santana

De onde vem o dia e a noite?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Lançamento do Livro Memorial de Mãe Menininha do Gantois

clique na imagem para ampliar

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Você também está sendo convidado!


XII Caminhada Azoany - Confira a programação

::Seminário::
Data: 09 de Agosto - Segunda Feira
I Mesa de Conferência da Caminhada Azoany
Horário: 09:30 às 12:30hs - Tema: Direitos Humanos

II Mesa de Conferência da Caminhada Azoany
Horário: 14:00 ás 17:30hs - Tema: Religiosidade

Local: Ministério Público - Av. Joana Angélica, 1312, Nazaré - Salvador - Bahia


::Caminhada::
Dia 16 de Agosto - Segunda Feira
09:00hs: Missa na Igreja do Carmo com a Irmandade do Rosário dos Homens de Preto.
11:00hs: Concentração na Praça do Reggae - Saída às 13:00hs com o Afoxé Korin Efan.


::Camiseta::
De 11 a 14 de agosto, troque uma lata de leite de 400g por uma camisa da Caminhada Azoany.
Horário: 09:00hs às 12:00hs - 14:00hs às 18:00 - Local: Praça do Reggae/ Largo do Pelourinho.


Maiores Informações: (71) 3497-2701 - 9623-3554

www.caminhadaazoany.blogspot.com

100 Anos do Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais tradicionais terreiros de candomblé do país

Um século de força, afirmação de identidade e resistência negras
“Todos os que passam do portão do terreiro para dentro são considerados por Xangô, seus filhos”. Com esta frase a professora Vanda Machado, egbomi do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, explica aos convidados com simpatia o acolhimento que terão dentro de um dos mais tradicionais terreiros de candomblé da Bahia. E deixa antever princípios filosóficos de uma cultura de matriz africana ancestral.

Na tradução do iorubá – língua falada pelos negros nagôs - para o português, o nome do terreiro significa “Casa de Força Sustentada por Xangô”. Foi em referência a este Orixá que a criadora do Axé, dona Eugenia Anna dos Santos, a famosa Mãe Aninha, fundou o terreiro no ano de 1910. Mãe Aninha dizia sonhar ver os filhos do Axé “de anel de doutor nos dedos e prostrados aos pés de Xangô”. Passados cem anos, e sob a direção de Mãe Stella de Oxossi, a atual sacerdotisa que dirige toda a comunidade religiosa situada no bairro de São Gonçalo do Retiro, em Salvador, o Opô Afonjá, além de espaço de culto ao sagrado, é sinônimo do “axé” (força), de resistência cultural e local de afirmação das identidades negras.

Ocupando uma área com cerca de 39.000 m2, o terreiro abriga ainda a Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos, reconhecida pelo MEC como instituição modelo no que se refere àquilo que a lei 10639/2003 advoga: que as escolas do país devotem tempo e atenção à história e a força das culturas negras. Estas tão bem representadas por personagens como mãe Aninha e Mãe Stella, mas também por outras sacerdotisas que ocuparam o posto máximo daquela Casa, tais como Mãe Badá, Mãe Ondina, Mãe Senhora. E tantas outras que, neste território de dimensões continentais, vem acolhendo em seus “axés” aqueles que buscam proteção, força vital, esperanças, troca comunitária e felicidade na religião dos Orixás.

É bem verdade que as ações, a coragem, a determinação e a luta destas mulheres negras valorosas ainda fazem parte da história não-oficial do país. Mas é incontestável também as possibilidades de reconhecimento pelos jovens e crianças de nossas escolas do quão interessantes e exemplares são estas – e tantas outras – personalidades negras. Muitos vem lutando para que este seja um dos frutos a serem colhidos através da obrigatoriedade da lei que passou a regular, em 2003, as práticas educacionais em nossas escolas na direção da Igualdade Racial. Para além dela (e fortalecendo-a) temos ainda, o recém aprovado Estatuto da Igualdade Racial – com artigos garantidores não apenas dos avanços na área educacional, mas também dos direitos das comunidades-terreiros. São avanços que podem contribuir efetivamente para que todos que protagonizaram a história do Ilê Opô Afonjá integrem-se já neste século XXI e nos vindouros, às páginas que registram a História Oficial da Nação Brasileira.

Comunicação Social da SEPPIR/PR

quarta-feira, 14 de julho de 2010

De onde vem o espirro?!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Alimente-se bem e livre-se da TPM!


Algumas dicas alimentares podem diminuir ou amenizar os diversos sintomas comuns neste período

A TPM (Tensão Pré-Menstrual) é um mal que atinge mulheres de todas as idades, de maneiras e em intensidades diferentes. No entanto, existem várias formas de amenizar os sintomas que se manifestam neste período e uma delas é bem simples: escolher o que comer nestes dias tão delicados.

A ginecologista do Hospital das Clínicas, Mara Diegoli, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde, explica que a TPM foi considerada, por muito tempo, como “frescura”. A ciência combateu esse mito comprovando que os hormônios femininos realmente mexem com o nível de serotonima, que é a substância responsável pelo humor. É dessa forma que nascem diversos efeitos que comuns à TPM como irritabilidade, ansiedade, depressão, choro fácil e agressividade.

A médica, que é especialista no assunto Tensão Pré-Menstrual, dá algumas dicas alimentares que podem suavizar estes sintomas. Começando pelo chocolate, que pode ser uma boa arma na diminuição da ansiedade. O exagero, neste caso, deve ser controlado, uma vez que o chocolate tende a permanecer no organismo e, consequentemente, gerar quilinhos a mais. Para conter a vontade de doce, a doutora indica o a ingestão de frutas como banana, morango e manga.

As bebidas alcoólicas, assim como os produtos ricos em cafeína, também devem ser evitados. Segundo a ginecologista, o álcool não pode ser utilizado como refúgio neste momento de fragilidade, enquanto a cafeína pode aumentar a insônia.

Uma última dica é carregar menos no sal durante as alimentações. Dessa forma, a mulher irá prevenir os inchaços comuns ao período anterior à menstruação, decorrentes da retenção de líquido.

A doutora Mara explica que o início da TPM é variável, sendo que em algumas mulheres pode se manifestar até 15 dias antes da menstruação. Ela acrescenta que, embora quase 80% das mulheres possam apresentar diferentes sintomas, apenas 30% necessitam de acompanhamento e 8% de medicamento.

Momento Brasil: João Pessoa

segunda-feira, 12 de julho de 2010

De onde vem o papel?!

domingo, 11 de julho de 2010

Luta do bem




Entrevista com Diogo Silva que, em 2007, se tornou um dos atletas brasileiros mais famosos no país, por ter conquistado a primeira medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Diogo Silva tem 25 anos e, desde os sete, pratica Tae Kwon Do, uma arte marcial coreana. Em 2007, se tornou um dos atletas brasileiros mais famosos no país, por ter conquistado a primeira medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Nesta entrevista, Diogo mostra que não é só o esporte que faz parte da sua vida, mas também os estudos e a luta pela inclusão social no Brasil.

Como o Tae Kwon Do entrou na sua vida?
Diogo Silva: Foi por acaso. Na época, eu tinha sete anos e disse à minha mãe que queria fazer um esporte em que pudesse dar chutes, porque eu sempre gostei de filmes com luta. Um dia minha mãe me levou a um clube e estava acontecendo uma aula demonstrativa, eu fiquei alucinado e comecei a freqüentar as aulas logo no dia seguinte.

O desenvolvimento do atleta nesse esporte acontece de que maneira?
Diogo: No Tae Kwon Do existem dez faixas, da branca à preta, e depois dez dans, que são graus de dificuldade. Chegando ao quarto dan, a pessoa se torna mestre. Do quarto ao sexto, chega a grão mestre e do sexto ao nono, que é o último, a posição que se alcança é a de superior. O Tae Kwon Do é dividido em duas partes: a filosófica e a esportiva. Eu tive muito conhecimento da parte filosófica, até pelo fato de eu ter dado aulas, mas sempre me atraí mais pela parte competitiva, que é indispensável para quando se quer se tornar um atleta olímpico.

Você se interessa pela cultura coreana?
Diogo: Atualmente eu tento adaptar a ideologia coreana à cultura brasileira, deixando o esporte com menos hierarquia, porque, nele, é sempre o superior quem manda e não precisa ser desse jeito. Eu já morei na Coréia do Sul durante três meses. O Tae Kwon Do tem uma cultura militar muito forte, por ter sido desenvolvido dentro do exército. Para eles, sentir dor quando se pratica esporte é bom, por isso, se você não se sair bem, você apanha do treinador. Já na cultura brasileira, se você der um tapa em alguém, a pessoa te dá dois. Lá não: a pessoa abaixa a cabeça e agradece.

Você já levou um tapa lá na Coréia?
Diogo: Não, mas já vi muita gente tomando.

O Tae Kwon Do possibilitou que você seguisse um caminho diferente dos seus amigos?
Diogo: Os bairros Padre Manoel da Nóbrega e Jardim Roseira, onde fui criado, em Campinas, tinham um forte tráfico de drogas e muitos amigos meus se envolveram com isso na época. Eu tinha muito medo de ficar na rua e ser confundido com alguém ou estar andando com algum amigo que estivesse metido em coisa errada, daí eu comecei a passar mais tempo dentro da academia. Com quinze anos, eu já era faixa preta e, com 16, eu comecei a dar aulas. Eu nunca fui o melhor da turma, mas fui o mais chato, todo mundo desistia e eu sempre estava lá, persistindo.

Na mídia, a sua imagem foi a do garoto pobre que se deu bem na vida. O que você acha disso?
Diogo: A mídia precisa de notícia e para eles não tem coisa melhor do que um atleta ou um músico que venceu barreiras e alcançou seu objetivo. Isso dá ibope nas emissoras populares.


Você acha que o esporte salva vidas?
Diogo: Eu acho que o esporte, a cultura e a arte salvam vidas. Quando você estuda e tem reconhecimento, pode conseguir ser o melhor do mundo, mas é preciso ter um retorno financeiro porque se o esporte não for remunerado, não dá pra sobreviver. O esporte tem que ser integrado à educação.

Como você era na escola?
Diogo: Uma negação. Mas, por experiência própria, eu considero importante irmos a uma biblioteca e não pensar no esporte apenas, como eu costumava fazer. Eu era preguiçoso. Não tinha ninguém que me forçava a estudar em casa porque minha mãe trabalhava o dia todo. Eu preferia ir para rua a estudar.

Você tinha uma disciplina preferida?
Diogo: Educação física é claro. Mas eu gostava de História também.

As pessoas estranham o fato de você ser negro e lutador de Tae Kwon Do?
Diogo: Aqui no Brasil, não, mas lá fora, estranham. E pessoas com as minhas características são ainda mais difíceis de serem encontradas. Porque, por exemplo, meu ex-treinador sempre falou que atleta tem que ter cabelo curto, tem que ser careca. Eu fugi totalmente dos padrões, tomei muita bronca por isso, mas depois as pessoas se acostumaram com o meu jeito de ser e viram que isso não atrapalha minha desenvoltura no esporte.

Por que você adotou esse visual?
Diogo: Eu nunca quis ter dreads, na verdade. Eu tive tranças rastafari durante quatro anos, mas, quando fui morar sozinho, não tinha mais ninguém pra fazer minhas tranças – porque era minha mãe quem fazia as minhas. Quando concedia uma entrevista, meu cabelo estava sempre bagunçado, então decidi fazer os dreads porque facilita a vida.

Você se considera um representante da cultura negra?
Diogo: Eu recebo muitos e-mails em que as pessoas falam: “por causa de você, o meu patrão parou de reclamar do meu cabelo”. Eu tenho uma ligação muito forte com a cultura negra, porque não é comum ver pessoas vencendo da forma que eu venci e o mais importante: falando o que precisa ser falado. É comum vermos atletas negros que têm sucesso, mas, quando falam, só pensam em si mesmos. O povo negro precisa de um ícone, de alguém que demonstre que nós somos bonitos, que não estamos aqui pra fazer trabalho escravo e que a gente quer aquilo que realmente merecemos. Onde quer que eu vá, eu sempre discuto sobre cotas, racismo, hoje eu sou um porta-voz do povo negro, eu tenho essa chance.

Você já passou por situações de preconceito racial?
Diogo: Muitas. Principalmente, quando estou na Europa. Desde um restaurante que não quer te servir, até um dono de hotel que não te aceita no local. Em nenhuma dessas situações eu me rebaixei ao preconceito porque sabemos que ele existe e temos que combatê-lo de maneira consciente, e não agressiva. Já tomei enquadro da polícia inúmeras vezes e não houve nenhuma vez que eu tenha rebaixado minha postura. Lá na Europa, as pessoas falam na sua cara que são racistas, aqui no Brasil não: o preconceito acontece nos detalhes. É o jeito que a vendedora de uma loja te olha, o segurança do shopping que te segue. Isso sem falar na loja de grife em que a vendedora sempre pergunta: “você vai pagar em quantas vezes?”, aí eu digo que será à vista e ela fica surpresa, sabe? Hoje, o preconceito social é maior do que o preconceito racial.


Ou será que os tipos de preconceito se confundem?
Diogo: É, pode ser. No meu caso, eu vivo em dois mundos: o elitizado e o suburbano. Eu conheço as mentalidades das pessoas dos dois lados e vejo que o preconceito social é muito grande. O pessoal da elite diz que não vai em tal lugar porque tem muito mano, daí eu pergunto: “mas o que é mano?”. Eu sou mano, eu falo gíria, gosto de rap... Mano pra eles é quem não tem dinheiro, então, pra não falar que não vão em lugar onde tem pobre, eles falam “mano”.

O que o esporte tem para ensinar às crianças e aos adolescentes?
Diogo: O esporte ensina tudo, praticamente. Ele desenvolve a socialização, trabalha a coordenação da criança. O esporte engloba até a parte psicológica, esse lance de superação.

A pessoa negra tem uma responsabilidade maior perante a necessidade de mudanças na sociedade?
Diogo: Não, eu acho que a responsabilidade é de todos, independentemente de ser negro ou não, porque somos todos brasileiros. Eu vejo muitos atletas brancos lutando pelo direito dos negros, ironicamente. Essa é a grande dificuldade porque o negro, quando sobe na vida, na maioria das vezes, perde as suas raízes, ele tem vergonha daquilo que já foi. Eu tento mostrar para as pessoas que, hoje, eu sou popular, mas sempre estarei lutando pela causa dos pobres, dos negros, do povo brasileiro.

Fonte: AfroeducAÇÃO
Publicado em 10 de março de 2009

Momento Brasil: Rio de Janeiro

sábado, 10 de julho de 2010

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Vitória da Juventude Brasileira: Senado aprova PEC 42/2008

O Senado Federal aprovou na noite desta quarta-feira (07) a PEC 42/2008, conhecida como PEC da Juventude. A proposta insere o termo juventude no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal, mudança que aponta para o avanço das políticas públicas existentes elevando-as a um patamar de política de Estado.

Aprovada por unanimidade nos dois turnos a PEC da Juventude tramita no Congresso desde 2003. A luta pela sua aprovação, no entanto, ganhou força com a realização da 1ª Conferência Nacional de Juventude, encerrada em abril de 2008. O encontro envolveu 400 mil jovens em todos os estados do país e elegeu a PEC da Juventude como símbolo da luta pela ampliação das políticas públicas de juventude.

Nos últimos dias a campanha pela aprovação da PEC da Juventude foi intensificada e conquistou o apoio de parlamentares e artistas. Utilizando o site de microblogs Twitter para eliminar as dificuldades da mobilização presencial, o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), e outras entidades do movimento juvenil convidaram jovens de todo o país a falar com seus representantes no Senado e exigir a aprovação da proposta.

Para Marcela Rodrigues, que coordena a Comissão de Parlamento do Conjuve junto com Murilo Parrino Amatneeks, depois do voto aos 16 anos, a aprovação da PEC da Juventude é o momento mais importante da história recente das conquistas juvenis. “A alteração na Constituição dá uma amostra do poder da juventude organizada, agindo enquanto sujeito da sua história. Estamos muito felizes por participar desse marco legal para a juventude brasileira”, afirmou.

Além da mobilização via Internet, uma comissão composta pelo presidente do Conjuve, Danilo Moreira, pelo vice-presidente João Vidal e por membros do Conjuve e de entidades estudantis e sindicais, entre outras, percorreu os gabinetes dos senadores e esteve presente até o encerramento da votação.

Para o secretário nacional de Juventude, Beto Cury, da Secretaria-Geral da Presidência da República, a aprovação da PEC representa um passo fundamental para que a política nacional de juventude se consolide definitivamente como uma política do Estado brasileiro, que hoje possui 50 milhões de jovens com idade entre 15 e 29 anos.

Fonte: www.juventude.gov.br

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Iansã




Dia: Quarta-feira
Cores: Marrom, Vermelho e Rosa
Símbolos: Espada e Eruesin
Elementos: Ar em movimento, Fogo
Domínios: Tempestades, Ventanias, Raios, Morte
Saudação: Epahei!

O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).

Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada com o elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.

A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.

Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.

O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá.

Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos.

Algumas passagens da história de Iansã relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e é por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.

Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.

Características dos filhos de Iansã / Oyá

Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.

São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.

Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.

Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.

O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

De onde vem a energia elétrica?!